Entre os grandes craques que vestiram as cores azul e branco do Barra Mansa Futebol Clube, não se pode esquecer do meia Odir Ramos Bastos. Dono de uma habilidade invejável, o atleta, que hoje é aposentado após anos trabalhando na Companhia Siderúrgica Nacional, ficou marcado pelas belas atuações e por marcar muitos gols pelo Leão do Sul.
Odir concedeu uma interessante entrevista ao Blog do Barra Mansa com o propósito de relembrar seu início no clube, bem como sua vitoriosa passagem pelo Leão do Sul entre os anos de 1961 a 1968.
O início na cidade de Barra Mansa e no clube
"O meu início em Barra Mansa foi no ano de 1961, quando fui passar férias na casa do meu tio, que veio para Barra Mansa assumir uma gerência e eu vim fazer companhia para ele. Como era fanático por futebol, ele me levou para fazer teste e aí eu fiquei, me ingressei no Barra Mansa. Na época, meu objetivo maior era trabalhar. Fiz concurso para CSN, passei e comecei a trabalhar lá em 1961. E a partir daí comecei a jogar futebol pelo Barra Mansa.
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| Barra Mansa de 1965; Odir é o penúltimo agachado |
A trajetória no Barra Mansa
"Sobre o período que joguei no Barra Mansa, posso considerar que foi uma trajetória vitoriosa. Participamos de campeonatos que, na época, eram considerados muito importantes pela dimensão que tinham. Fomos campeões da Copa Vale do Paraíba em 1965 e 1967. Participamos do campeonato estadual, que considero extremamente desgastante, com viagens longas. Foi um período muito saudável, que eu me dediquei muito pelo clube e parece que a cidade se identificou muito comigo também. Então foi um casamento perfeito".
O fim da carreira como jogador profissional
"Chegou uma hora que eu quis parar. E sabendo que não seria fácil, a forma que achei que poderia parar, sem traumas, foi jogar uma temporada no Royal, de Barra do Piraí, em 1968, quando encerrei minha carreira. Pode parecer um absurdo, mas fiz isso porque eu queria casar. Estou feliz, tanto que neste mês de dezembro eu e minha esposa estamos comemorando 49 anos de casados".
O jogo inesquecível
"O jogo mais marcante foi exatamente o de Cabo Frio. Não digo pelo jogo, mas pelos acontecimentos que ocorreram fora e dentro de campo. Isso foi uma coisa que eu não consigo esquecer. De alegria foi que, apesar de tudo o que ocorreu, nós terminamos campeões". (Odir se refere à partida realizada no dia 7 de julho de 1963, quando o time de Cabo Frio recebeu o Barra Mansa pelo Campeonato Fluminense de Seleções e a recepção da torcida cabofriense foi muito hostil com os atletas)
Um time inesquecível
"Muito difícil definir um time. Joguei com jogadores como Sargento, Tarugo, Luizinho e depois veio o Ênio, vieram Canário e Joãozinho do Vasco, o Carangola. Times que sempre entravam em campo para ganhar e, por isso era fácil entrosar, pois o jogo fluía".
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| Odir é o terceiro em pé na Seleção de Barra Mansa de 1963 |
A grande rivalidade com o Barra Mansa
"Naquela época, os entreveiros sempre aconteciam, pois não se pensava em proteção como se pensa hoje. Considerando rivalidade de clube, eu acho o Royal. Atletas do Royal e do Central sempre dizem que a maior pedreira era jogar contra o Barra Mansa".
Por Diogo de Oliveira Paula
Colaboração de Gino Lopes
