sábado, 20 de novembro de 2021

Dia da Consciência Negra: Dois atletas do Barra Mansa FC que venceram o preconceito racial com a bola nos pés

Durante a década de 1920, o racismo imperava no futebol brasileiro. Em 1921, era debatido se jogadores negros deveriam ser convocados para os importantíssimos confrontos entre as seleções brasileira e argentina. Em 1923, a participação do Vasco da Gama na elite do Campeonato Carioca chegou a ser condicionada à retirada de todos os atletas negros do elenco.

Nesse triste contexto histórico da época, dois atletas com descendência negra venceram o preconceito racial e se destacaram atuando pelo Barra Mansa Futebol Clube. Foram eles: Joaquim Baião e Antônio José Barroso (Amadeu).

Joaquim Baião começou a atuar como defensor do Barra Mansa por volta de 1922 e permaneceu até 1934. No clube barra-mansense fez parte do elenco campeão da Liga Esportiva Sul-Fluminense de 1933, feito que lhe valeu a convocação para o selecionado regional que conquistou o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de 1934. Joaquim Baião ainda inspirou vários de seus familiares a vestirem a cobiçada camisa do Leão do Sul. Seus irmãos mais jovens Baiãozinho e Anatole também foram craques jogando pelo Barra Mansa. E o melhor da família ainda estava por vir, pois seu filho Ademir Baião - o "Tarugo" - foi um dos maiores pontas que já passou pelo futebol da região, sendo multi-campeão pelo Barra Mansa e chamando a atenção de clubes como Botafogo e Atlético-MG.

Antônio José Barroso - o "Amadeu" - passou a atuar como atacante do Barra Mansa por volta de 1924 e  se tornou um dos maiores goleadores do time barra-mansense nas décadas de 1920 e 1930. Seus gols despertaram a atenção do Vasco da Gama em 1933, por onde impressionou logo no primeiro treino, mas não chegou a ter muitas oportunidades como titular da equipe cruz-maltina. Retornando ao Barra Mansa, continuou contribuindo com seus gols até 1938.
 
Joaquim Baião e Amadeu são dois exemplos de futebolistas de Barra Mansa que foram precursores ao venceram o preconceito racial numa época em que o futebol era praticado por uma elite constituída por jogadores brancos e, por isso, merecem ser lembrados e reverenciados neste dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra - assim como todos os demais atletas negros que deram continuidade a esse legado de conquistas.
Barra Mansa FC de 1926 com a presença dos atletas Amadeu e Joaquim Baião 
Por Diogo de Oliveira Paula

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