domingo, 17 de janeiro de 2021

Em entrevista, presidente Genivaldo fala sobre a participação do Barra Mansa na Série B2

Um dia após a última partida do Barra Mansa no Campeonato Carioca (Série B2), o presidente Genivaldo Silva respondeu algumas perguntas sobre a participação da equipe durante a competição estadual. O dirigente falou sobre as trocas de técnicos, os problemas na montagem do time, a parceria com um grupo de investidores, o cumprimento com os salários dos profissionais e o planejamento para a próxima temporada.

Leia toda a entrevista abaixo:

O técnico Luiz Jurescu foi o primeiro contratado para a Série B2, depois veio o Valtinho obtendo um aproveitamento de 52,4% no turno e, por fim, o Luis dos Reis que teve um aproveitamento de 33,3% no returno. Como você analisa essas três trocas de comando num período de menos de três meses?
Genivaldo: Luiz Jurescu veio na gestão Futtallents, que vinha funcionando bem, porém na medida que iam chegando os atletas contratados e os treinamentos acontecendo, vimos que estava diferente do que foi combinado, que era trazer em torno de quatro ou cinco atletas de Série A do sul do país, porém não chegou nenhum e resolvemos romper. O clube ia parar, pois não tínhamos nenhum patrocínio pra pôr o time em campo, foi quando meu amigo Gabriel Torturella trouxe um grupo de pessoas de Barra Mansa que sempre quiseram ajudar o clube. Junto com essas pessoas, veio o senhor Luis Ornelas, português, marido da Dra. Simone, médica barra-mansense, que trouxeram o Valtinho, tendo feito um belo trabalho, apesar do pouco tempo para preparar o time. Uma pena que a derrota para o Tigres nos tirou a chance de ir para a semifinal. Com isso, como o objetivo dos investidores era subir, resolveram trocar e buscaram alguém que, no currículo já tinha alguns acessos, porém devido a vários problemas, como falta de tempo para treinar, falta de campo devido a chuvas que castigaram o Leão do Sul, nos fazendo transferir vários treinos para o sintético do Aero Clube. E a coisa não funcionou como todos esperávamos.

2. Apesar da participação abaixo do esperado na Série B2 (11º lugar), o Barra Mansa demonstrou avanço em aproveitar atletas sub 20, como Kayo (13 jogos), Vinicius Soares (12 jogos) e vários outros que tiveram oportunidades. Mas, no geral, o que não funcionou na montagem por um plantel mais qualificado e competitivo  para a competição?  
Genivaldo: Justamente os valores altos da competição. Ano passado que o time tinha R$700 mil para trabalhar, vindos do mecanismo de solidariedade da FIFA pela venda do Dalbert, não tinha teste de covid, que pagamos em torno de R$13 mil a cada 15 dias, não tinha pagamento de borderô e nem ambulância, pois a prefeitura forneceu. Neste campeonato, por jogo em casa, entre borderô, ambulância, alimentação e outros gastos, eram em torno de R$6 mil e isso impedia de trazer atletas com um salário maior. Sem contar que muitos atletas da região, que seriam importantes, se apresentaram muito fora de forma, alguns bem acima do peso. E como tivemos pouquíssimo tempo para fazer uma pré-temporada, tivemos que trazer atletas que já estavam atuando para as posições carentes, o que também não funcionou bem, pelo pouco tempo para treinar e entrosar o time. Os atletas até tinham qualidade, mas a falta de tempo devido a ter dois jogos na semana foi um agravante. Não tinha como ter um treinamento adequado.

3. Como você avalia a parceria feita para viabilizar a participação do Barra Mansa no Campeonato Carioca (Série B2)?
Genivaldo: Eu assumi o clube para não parar. Na eleição do dia 09/12/2019 não apareceram candidatos. O ex-presidente não queria mais, transferiram a eleição para o dia 13/01/2020 e de novo não apareceram candidatos. Como o sub 15 e o sub 17 haviam subido para jogar a Série A em 2020, com o sub 17 tendo sido campeão carioca sob minha gestão na base, eu resolvi pegar para o clube não parar. Como não tínhamos dinheiro para jogar a competição, a saída foi fazer parcerias. As pessoas que estiveram com a gente no Carioca são pessoas idôneas, honestas e que só queriam ajudar o Barra Mansa, pois todos entraram sabendo da situação do clube e que não teriam como ganhar dinheiro, só gastar. Se não fossem essas pessoas, o clube não teria disputado a competição, pois como todos puderam ver, não tinha sequer um patrocínio nos nossos uniformes, pois, com a pandemia, empresas que em outras épocas ajudaram o clube, agora não tiveram como ajudar.

4. Sabe-se que os clubes em geral tiveram dificuldades para obter receitas próprias para uma competição cara e num contexto de pandemia. A fim de evitar mais processos trabalhistas para o Barra Mansa, o que você pode dizer sobre o cumprimento das obrigações salariais com os atletas e membros da comissão técnica contratados para esta última competição?
Genivaldo: Todos os direitos trabalhistas dos atletas que atuaram no campeonato foram respeitados, todos foram registrados e até o momento com os salários em dia, assim como as rescisões serão todas honradas.

5. O próximo compromisso da equipe profissional está marcado para setembro de 2021. Como será o planejamento para as próximas competições do profissional até lá?
Genivaldo: No planejamento feito entre mim e o grupo de investidores, a ideia era subir agora para a B1, depois aumentar os investimentos e subir para a Série A, buscar maneiras de pagar as dívidas trabalhistas e com isso virem outros investimentos, tentar vender jogadores e assim as pessoas que investiram, recuperarem seus investimentos. Infelizmente o primeiro objetivo não foi alcançado. Agora nos próximos dias temos que nos reunir para ver se a perda dessa primeira batalha vai atrapalhar a continuidade do projeto de recuperação do clube. Caso as pessoas não forem ficar mais, volto à estaca zero, como eu estava quando assumi, quando eu tinha dois objetivos, o primeiro era não deixar o clube parar e o segundo não deixar ser rebaixado.

Por Diogo de Oliveira Paula
Colaboradores: João Pedro Lima e Luis Henrique Borges.

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